“O Calçadão é o lugar propício para as famílias circularem, tomarem um chimarrão, earem com segurança.” A fala é de Janaina Carvalho, vice-presidente do Comércio da Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela, e resume o sentimento que tem crescido entre lojistas e frequentadores do centro da cidade. Desde que o trecho de duas quadras do Calçadão ou a ser fechado ao trânsito aos sábados, das 8h às 17h, o local tem se transformado em espaço de convivência, lazer e comércio mais vivo.
A medida, que ainda está em fase de testes, integra as primeiras ações dentro do projeto de revitalização da área central, discutido recentemente entre o Poder Executivo, a Cacis e comerciantes. A proposta é inspirada em períodos anteriores, quando o Calçadão era fechado para carros e se consolidava como um ponto de encontro da comunidade. “Quem é mais antigo na cidade lembra: o Calçadão era só das pessoas. Tinha bancos, flores, eventos… Estamos resgatando essa essência”, destaca Janaina.
Segundo ela, o fechamento aos sábados tem gerado impactos visíveis e positivos. “As pessoas ficam mais tempo aqui. É mais seguro, mais tranquilo, e isso favorece as vendas. O ambiente muda. As crianças podem correr, os pais caminham com calma. É um lugar para viver, não só para ar”, afirma. Janaina ainda ressalta que, ao contrário de outros pontos do centro, o trecho fechado não possui vagas de estacionamento. “Aqui já não tínhamos esse fluxo de carros estacionando. Então, fechar o trânsito nesse trecho não trouxe prejuízo, e sim benefício. Ganhamos em circulação de pessoas.”
Calçadão, na década de 1980: muitos são saudosistas da época que o mesmo era sempre e totalmente fechado
A vice-presidente também enfatiza que o teste foi construído com diálogo. “Nada foi imposto. Houve reunião com todos os lojistas da rua, explicamos a proposta e houve consenso. Estamos testando juntos, e a resposta tem sido muito boa.”
Para Janaina, o Calçadão pode se consolidar como um verdadeiro ponto de encontro da cidade, com espaço para cultura, lazer e eventos. “Estamos vivendo o início de uma transformação. Temos planejado mais atividades para o local, como o São João, no dia 28 de junho, que será aqui. E quando o público sabe que o Calçadão estará fechado, é mais fácil planejar ações. Isso incentiva a participação e movimenta o centro.”
Leandro Kremer, diretor de eventos da Cacis e também lojista no Calçadão, reforça que o momento é de avaliação e construção. “É claro que nem todos pensam igual, alguns gostariam que fosse fechado permanentemente, outros preferem abrir. Mas é consenso que esse espaço tem valor e potencial. Aos sábados, quando o movimento de carros já é menor, conseguimos testar sem grandes impactos e com muitos benefícios.”
Kremer também lembra que o espaço já tem uso natural para eventos, feiras e ações culturais. “A regularidade do fechamento facilita tudo isso. As pessoas trazem sua cadeira, tomam chimarrão, eiam com a família. E isso torna o centro mais atrativo.”
O fechamento parcial do Calçadão é, por ora, apenas um teste. Mas a receptividade da comunidade indica que a proposta pode se consolidar como parte da nova identidade urbana do centro de Estrela.
