Mudanças climáticas aumentam riscos à saúde

efeitos na população

Mudanças climáticas aumentam riscos à saúde

Poluição, calor extremo, umidade e até micropartículas de plástico estão por trás de doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer, alertam especialistas

Mudanças climáticas aumentam riscos à saúde
Mudanças climáticas mostram um agravo em diferentes doenças. (Foto: ENVATO/reprodução0

Poluição, mudanças de temperatura, umidade e até mesmo o plástico alguns dos vilões no surgimento de diferentes doenças. Os impactos das mudanças climáticas na saúde são cada vez mais estudados e mostram um agravo em problemas respiratórios, cardíacos e cancerígenos.

“É o que chamamos de expossoma: tudo aquilo que afeta a saúde a partir do ambiente, como poluição do ar, da água, do solo, além de agentes infecciosos, estresse psicossocial e qualidade de vida”, destaca o cardiologista Marcos Annes.

Entre esses fatores, a poluição do ar se destaca como uma das maiores ameaças. “As principais causas de morte associadas à poluição são os eventos cardiovasculares, infarto e AVC”, alerta o profissional.

O médico lembra que a poluição sonora e luminosa, típica dos grandes centros urbanos, também gera impactos diretos na saúde cardiovascular, elevando os níveis de estresse e contribuindo para picos de pressão arterial, infartos e AVC.

Marcos Annes, cardiologista

O plástico também entra nesse cenário. “A degradação do plástico libera micropartículas que já estão impregnadas no ambiente, no ar, na água, nos alimentos. Estudos recentes mostram que elas já estão sendo encontradas na circulação sanguínea e até no cérebro humano, com associações preliminares com o aumento de casos de demência”.

Sintomas respiratórios

A pneumologista Nathália Galvagni Rodrigues observa no consultório um reflexo das alterações climáticas na saúde respiratória. Segundo ela, a busca por atendimento aumenta nesta época do ano, tanto por pacientes que já possuem doenças respiratórias quanto por aqueles que am a apresentar sintomas como tosse, espirro, falta de ar e chiado no peito.

De acordo com a médica, a sazonalidade no Rio Grande do Sul, marcada por variações bruscas de temperatura, compromete a capacidade do organismo de se adaptar. “Nosso sistema de defesa, especialmente as vias aéreas, funciona como uma porta de entrada. Quando a imunidade fica mais lenta para responder às mudanças, ficamos mais suscetíveis a vírus, fungos e agentes poluentes”, explica.

Ela defende a vacinação como fundamental no combate. “A baixa cobertura vacinal que temos hoje alimenta um ciclo de transmissão”, reforça Nathália.

Calor intenso e alta umidade também pioram os sintomas de quem já sofre com doenças respiratórias. Por outro lado, quando há queda da temperatura associada à baixa umidade, há mais registros de casos de infecções virais.

Na oncologia

Camila Zanco, oncologista

A exposição à poluição, em especial às micropartículas de plástico dispersas no ar e na água começa a ser associada ao desenvolvimento de câncer. Além disso, a alta intensidade do sol pode levar a um câncer de pele.

Segundo a médica oncologista Camila Zanco, a exposição prolongada a poluentes ambientais, como poeira, fumaça e mofo, também preocupa.

“Esses agentes podem gerar uma inflamação crônica no organismo e criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento de câncer, especialmente quando somados à exposição de longo prazo”, afirma.

A especialista destaca que a prevenção é o o mais importante para lidar com as mudanças climáticas e se manter saudável a longo prazo.

Impactos

  • Alterações cardiovasculares;
  • Problemas respiratórias;
  • Alterações renais;
  • Alterações oftalmológicas;
  • Reações cutâneas;
  • Zoonoses e doenças de transmissão vetorial;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alterações neurológicas;
  • Adoecimento mental;
  • Saúde materno-infantil.

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