A região está prestes a integrar um dos mais avançados projetos de prevenção a desastres já implementados no Rio Grande do Sul. Afetado por grandes cheias do Rio Taquari nos últimos anos — como a catástrofe de maio de 2024 —, o Vale será contemplado com parte de uma iniciativa estadual que prevê a implantação de 130 estações de monitoramento hidrológico de última geração.
A contratação foi feita por meio de licitação estadual e contempla todo o território gaúcho, mas o foco principal é justamente nas áreas mais críticas, como o Vale do Taquari. Segundo o coordenador regional da Defesa Civil, Hélio Miguel Schauren Jr., os equipamentos trazem o que há de mais moderno em monitoramento em tempo real.
Além disso, o sistema de modelagem hidrodinâmica é capaz de prever com antecedência e maior precisão o quanto os rios vão subir em eventuais cheias, em que velocidade e qual será a mancha de inundação. “É um sistema dos mais modernos que existem hoje no Brasil. Ele vai além da medição do nível da água: ele modela, prevê cenários e ajuda a salvar vidas”, destaca Schauren.
As estações operam na modalidade nowcasting de missão crítica, com previsão de uso de dados geoespacializados, softwares licenciados e equipe técnica especializada. A tecnologia permitirá a classificação de áreas de risco, planejamento de redes de alerta, e resposta mais ágil em eventos extremos, sejam eles naturais ou tecnológicos.
Experiência como referência
O projeto é desenvolvido por uma empresa especializada de Santa Catarina, responsável por instalar um sistema semelhante em Blumenau, no Vale do Itajaí — região também severamente atingida por enchentes.
Uma comitiva estadual fez visita ao local no ano ado, e Schauren deve retornar ao estado vizinho neste fim de semana para conhecer de perto os centros de monitoramento de Florianópolis, Balneário Camboriú e Itajaí. “Nem nós ainda temos todos os detalhes de como funcionará. Vamos a Santa Catarina justamente para entender exatamente o que virá e como isso será aplicado no Vale.
Integração com os sistemas locais
A expectativa é de que os dados gerados pelas estações e modelos hidrodinâmicos sejam integrados aos sistemas já utilizados pelas Defesas Civis locais. A medida pretende aumentar o nível de preparação e resposta, com alertas mais rápidos e precisos.
Na próxima semana, o promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach, vai se reunir com os representantes da empresa responsável pela implementação no RS. 130 Estações de monitoramento serão instaladas em todo o RS.
Saiba mais
- O Sistema de Monitoramento e Alerta abrange a implantação e consolidação de uma rede de sensores e de sistemas de monitoramento e previsão
- Integra radares meteorológicos, estações pluviométricas e fluviométricas, entre outros sensores já implantados e em vias de implantação, modelos numéricos;
- A consolidação de todas as informações através de uma modelagem específica, permite trabalhar com a previsão de eventos hidrológicos críticos, além de identificar e classificar áreas suscetíveis a risco, estabelecendo seus liminares e elaborando as respectivas manchas de inundação;