Detalhes sobre incidência, sintomas, sorotipos circulantes e desfechos clínicos da dengue em Lajeado foram publicados na revista científica Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. O estudo foi motivado pelo surto da doença enfrentado no município nos últimos três anos.
A pesquisa, conduzida por acadêmicos de Medicina e uma professora bióloga e biomédica da Univates destacou que, apesar do aumento expressivo no número de infecções, a maioria dos casos foi branda, com baixa taxa de mortalidade. Assinam o estudo, Giovana Guazelli, Luize Paz Bortolon, Júlia Portz Dorneles, Louise Lampert Dias e a professora doutora Adriane Pozzobon.
O estudo analisou 5.679 fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecidas pelas Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental de Lajeado. Desse total, 4.322 casos foram confirmados como dengue, tendo 2022 concentrado 92,5% das infecções (3.998 casos), enquanto 2021 e 2023 registraram apenas 32 e 292 casos, respectivamente.
Os pesquisadores atribuíram o pico em 2022 a fatores climáticos e à circulação intensa do sorotipo DENV-1, predominante em 100% dos casos analisados.
Perfil e sintomas
A dengue afetou, em especial, mulheres. A faixa etária média dos infectados foi de 40 a 46 anos, com a maioria apresentando sintomas clássicos da forma leve da doença: mialgia, febre, cefaleia e náuseas. Apenas dois foram classificados como grave.
Entre os sinais alarmantes observados, estavam dor abdominal intensa, sangramento de mucosas, letargia e hipotensão postural. Já os casos graves, apresentaram choque hipovolêmico, extremidades frias e alterações de consciência. Apesar da gravidade da doença, a taxa de mortalidade foi baixa: seis óbitos registrados no período, sendo cinco deles em 2022.
O estudo analisou a presença de comorbidades. Hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus foram as condições preexistentes mais frequentes, ambas associadas a maior risco de complicações.