“As condições do presidente Vladimir Putin para o fim da guerra na Ucrânia incluem a exigência de que os líderes ocidentais se comprometam por escrito a interromper a expansão da aliança militar da Otan para o leste da Europa.”
Para entender o porquê dessa exigência feita na última semana, temos voltar no tempo… Gostemos ou não, os Estados Unidos são a maior potência econômica e militar do planeta, posição a qual ascenderam após o fim da segunda guerra mundial. Aliás, é preciso que se diga que sem a força militar americana e sem as milhões de vidas de soldados soviéticos, o mundo seria hoje diferente.
Finda a guerra as forças aliadas ocuparam todo o território alemão e dividiram-no em quatro zonas: sa, britânica, norte-americana e soviética. Berlim ficou numa posição peculiar, sendo uma cidade “ilha” localizada dentro da zona soviética. Com o ar dos anos houve uma divisão entre a Alemanha ocidental, capitalista e Alemanha Oriental, comunista.
Com o ar dos anos e o enfraquecimento da União Soviética no final dos anos 80, surgiu a oportunidade de derrubar o muro de Berlim e reunificar as Alemanhas.
Assim, em 9 de fevereiro de 1990, houve uma reunião com ministro de Assuntos Exteriores da União Soviética, ( na época presidida por Mikhail Gorbachev) Eduard Shevardnadze com James Baker (secretário de Estado americano) onde esse último afirmou que os Estados Unidos lutavam por uma Alemanha unida que permaneceria “firmemente ligada à OTAN”, prometendo ao mesmo tempo “garantias de ferro de que a jurisdição ou as forças da OTAN não se moveriam para o leste.”
Mais tarde naquele dia, em uma reunião com o presidente soviético Mikhail Gorbachev, Baker reconheceu que “É importante para a União Soviética e outros países europeus terem garantias de que se os Estados Unidos mantiverem a sua presença em Alemanha, no âmbito da OTAN, não haverá extensão da jurisdição ou da presença militar da OTAN nem um centímetro na direção oriental”.
Em 10 de fevereiro de 1990, ocorreram negociações entre os lados soviético e da Alemanha Ocidental, nas quais o chanceler alemão Kohl e o ministro das Relações Exteriores alemão, Genscher também deram garantias sobre a não expansão da OTAN, assegurando Shevardnadze que “a adesão de uma Alemanha unida à OTAN levanta uma série de questões difíceis. Para nós, no entanto, uma coisa é absolutamente clara: a OTAN não se estenderá para o leste.
Depois da dissolução da União Soviética e o fim do pacto de Varsóvia, a OTAN não manteve sua palavra e moveu-se para leste. Questionada, a liderança da OTAN agirmou que a decisão de limitar a sua expansão nunca foi tomada e que sua adoção implicaria uma mudança nos documentos fundamentais da aliança.
Foi assim que a OTAN avançou para o leste até que chegou na fronteira da Ucrânia enfurecendo os russos.
Trump, os militares americanos e os políticos europeus sabem disso…