
A cidade de Bom Retiro do Sul, no Vale do Taquari, se prepara para sediar um dos eventos mais promissores do agronegócio gaúcho em 2025: a 1ª AQUIBOM – Feira Estadual de Aquicultura, que acontecerá de 7 a 9 de novembro. O objetivo é claro: posicionar o Rio Grande do Sul como referência nacional em aquicultura, especialmente na piscicultura sustentável.
Com uma programação repleta de palestras técnicas, exposições de tecnologias, oficinas e atrações culturais e gastronômicas, a AQUIBOM pretende integrar ciência, produtores e instituições em torno de um mesmo propósito: desenvolver uma cadeia produtiva forte, moderna e sustentável.
“A feira é uma plataforma essencial para qualificar a produção e ampliar as oportunidades de negócio. É um marco para pequenos e médios produtores”, explica Luciano Schwerz, presidente da EMATER/RS-Ascar. A instituição atua diretamente com assistência técnica, capacitação e incentivo à diversificação de espécies e boas práticas de manejo.
Inspirar para transformar
Segundo o piscicultor local e mestre na área Diego de Oliveira, Bom Retiro do Sul foi escolhida como sede da feira por seu grande potencial hídrico e vocação natural para a produção de peixes. “Temos arroios, aquíferos e produtores dispostos a transformar esse cenário. O foco agora é sair do extrativismo e apostar na produção”, afirma.
Diego também explica os diferentes sistemas de cultivo — tanques escavados, tanques-rede e sistemas indoor — e defende o cuidado com a qualidade da água como pilar fundamental para um cultivo saudável. “A piscicultura precisa ser pensada com base na sustentabilidade. O policultivo de carpas, por exemplo, é um modelo eficiente que transforma nutrientes em proteína sem agredir o ambiente”, explica.
Um dos destaques da feira será a tilapicultura, em franca expansão no RS. “Hoje, cerca de 70% da produção de peixe cultivado no estado é tilápia. Em 2024, só o norte do estado produziu 8 mil toneladas”, aponta o biólogo e empresário Márcio Manfio, da Agrotilápia Piscicultura. Apesar do crescimento, ele alerta para a falta de políticas públicas específicas:
– Falta incentivo, estrutura e visão estratégica. Porém, eventos como a AQUIBOM podem mudar esse cenário.
Para o diretor do IFDE (Instituto de Formação e Desenvolvimento Educacional), Mauro Hauschild, a feira é mais do que um evento técnico — é um movimento de transformação. “Queremos mostrar aos produtores que é possível produzir com escala, qualidade e responsabilidade. A piscicultura pode gerar empregos, renda e proteína de qualidade. O Paraná já mostra isso. É hora de o RS acreditar nesse potencial”, afirma.
Mauro também defende a aproximação entre ciência e campo. “Quando unimos academia, produtores, setor privado e políticas públicas, conseguimos criar um ecossistema de inovação. E isso começa com eventos como a AQUIBOM.”
Aquibom 2025: Serviço
Data: 7 a 9 de novembro de 2025
Local: Bom Retiro do Sul, RS
Proposta: Desenvolver a aquicultura gaúcha com foco em piscicultura sustentável
Atividades: Exposição de tecnologias, palestras, oficinas, gastronomia, cultura
Público-alvo: Produtores rurais, técnicos, pesquisadores, investidores e comunidade em geral